sexta-feira, 24 de outubro de 2008

tiu Chico Barroco

O tiu Chico Barroco, figura carismática do Tombarinho com a tie Delfina.

vídeo de Tiago Pereiral: Em 2001 uma amiga, a Carla Pinto, levou-o para a Quinta das Quebradas, em Trás-os-Montes. "Nunca mais consegui evadir-me desse universo."

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A minha aldeia

A minha aldeia

Pequena aldeia de Trás-os-Montes
Do concelho de Mogadouro
Longe de modernos horizontes
Perto das margens do Rio Douro

Aldeia que me viu nascer
E começar a caminhar
Onde dava gosto viver
E nos riachos me banhar

Tanta saudade eu sinto
De lá andar a brincar
Ás vezes levava com o cinto
Se não ouvia o meu pai chamar

A minha Quinta-das-Quebradas
Aldeia por mim muito amada
Na escola levava reguadas
Quando não sabia a tabuada

Quinta de baixo e Quinta de cima
Um ribeiro as dividia ao meio
Os homens trabalhavam na mina
As mulheres ceifavam o centeio

Bela e pequena aldeia do norte
De onde saí com tenrra idade
Para ir à procura da sorte
Trabalhar na grande cidade

Em Trás-os-Montes ficam no nordeste
As minhas Quintas-das-Quebradas
Obrigado por tudo o que me deste
Pelo S. Miguel estão bem guardadas

Todos os filhos das Quintas
Têm veia de poetas e escritores
Às vezes estão-se nas tintas
Para aqueles que são doutores

camelodasquintas 26/05/2004
Eliziário Camelo

domingo, 5 de outubro de 2008

Quintas das Quebradas

QUINTAS DAS QUEBRADAS

Pequena povoação anexa á freguesia de Castelo Branco no concelho de Mogadouro, localizada na extremidade sul do planalto mirandês, entre os vales do Sabor e Douro, onde a paisagem se vai enrugando de norte para sul e o clima se vai tornando mais ameno, surgem as oliveiras, amendoeiras, sobreiros, tão característicos dos climas do sul.
No Inverno, tem um clima rigoroso, continental, um frio que gela. Nesta estação do ano, o sinceno emoldura as árvores de branco, são frequentes as geadas e os nevões. No Verão, um calor tórrido, típico dos climas continentais, que seca a vegetação, deixando tudo amarelo. São, como diz o povo «nove meses de Inverno e três de inferno». Nos meses de Abril e Maio é, a época do ano em que estas quebradas se encontram mais bonitas, com os montes floridos de mil cores. São as flores do monte (os rosmaninhos,as estevas, as giestas, as urzes, etc.), que tornam os nossos montes únicos, verdadeiros jardins, com uma variedade de cores que só a paleta da Natureza consegue dar. O turista, não pode perder este cartaz único, podem desfrutar de uma paisagem belíssima, sem igual, com as amendoeiras em flor.
Terras ricas em cereal, trigo, aveia e centeio, em gado bovino, caprino e ovino (de realçar as raças autóctones mirandesa, e a ovelha churra da Terra Quente). A vinha, o azeite, as amendoeiras... apesar de hoje se praticar uma agricultura de subsistência.
Pontuando a paisagem, Junto às linhas de água, surgem as hortas que são regadas por agueiras, desvios de águas das ribeiras e por poços dos quais se extrai a água pelas noras, pelas cegonhas ou picotas, herança de romanos ou árabes. Nas zonas mais baixas e frescas, surgem-nos os lameiros (prados naturais), a que andam associados os olmos e os freixos.

Na arquitectura das Quintas há que salientar três fases: As casas tradicionais, as mais antigas, sec.XVIII/XIX em xisto e telhados de duas águas, construídas com materiais extraídos e fabricados no local. As casas da época do minério anos 30/40/50 com telhados de três e mais águas, construídas já com materiais vindos de fora e as casas mais recentes construídas a partir dos anos 70.
Há que destacar o pontão das Quintas das Quebradas (finais do século XVIII ou época medieval) parcialmente destruído pela construção da estrada que faz ligação aos Estevais.
Os moinhos de água ao longo das ribeiras, onde se terão instalado os primeiros habitantes das Quintas. A capela de Sº Miguel de finais do sec. XIX. Os palheiros espalhados pelas eiras, os fornos comunitários, as forjas, as fontes e a típica escola.
Dentro da arquitectura tradicional, deve salientar-se a tradicional e majestosa porta do carro ou "porta carral", assim chamada por ser enorme, para assim permitir a entrada do carro de bois carregado no curral ou palheiro. A ruralidade e os seus valores devem ser salvaguardados. As casas tradicionais transmontanas estão perfeitamente adaptadas ao clima e ao ambiente da região, feitas com material local (granito ou xisto), com varandas de balcão onde se põem a roupa a secar, dependuram as cebolas, se pousam abóboras ou se secam outros produtos agrícolas.

Nesta terra do Nordeste Transmontano, o fumeiro e os enchidos, ocupam, como não podia deixar de ser, lugar de destaque. Na economia doméstica El Rei, o porco, ocupava (e ocupa ainda) um lugar indispensável. Os recos ou laregos, são criados com todo o carinho, com as melhores viandas, para a ocasião, quase ritual, da matança. Assim, os presuntos, as alheiras, os bulhos (chouriços de ossos), os chouriços de sangue, as linguiças, as bochas, os chabianos, os vilões, as tabafeias, e por fim, sua majestade, o salpicão, são, os reis da gastronomia. Dentro dos pratos, não podíamos deixar de começar pela posta (naco de carne de vitela da raça mirandêsa, criada em pastos naturais, assada na brasa), a marrã (carne de porco assada na brasa, sobretudo a barriga de porco), as cascas com bulho (vagens de feijão, secas, cozidas com bulhos, bochas, carne de porco gorda e outros enchidos), as sopas das segadas, o nosso cabritinho serrano, o cordeiro churro assado na brasa, as incomparáveis nabiças etc. E que dizer do nosso pão e bolas de azeite cozidos nos fornos comunitários, dos nossos queijos (de cabra e de ovelha churra), o mel, os milhos, os económicos, os roscos, os matrafões,o pão preto o folar da Páscoa e tantas, tantas outras iguarias?